Rota do Bacalhau
By Fernando Prata
God's Worst Contractors
Plano:
Falta:
Acabar a história;
Episódio onde portugueses são testados por Júpiter;
Apoio de vénus;
O papel dos deuses em geral;
Enriquecer a história;
Aprofundar os espaços e os personagens;
Folclore;
Completar os plot holes;
"Eu dedico estas palavras à minha madrinha que sempre apoiou as minhas paixões e todos os dias me dá força e apoio para ter sucesso a fazer da vida o que mais gosto"
O Pescador aka Manuel Magalhães:
Atualmente um velho demente, mas antes quando ainda jovem, era um bom pescador de bacalhau. Dominava a rota do bacalhau na zona da Gronelândia melhorando o fornecimento em Portugal. Fugindo à saturação e competição na Noruega. E garantindo que há sempre o melhor do bacalhau em Portugal.
Tudo começa:
Numa sala com os seus 3 netos, Manuel Magalhães, está sentado e grisalho, e chega mais um cavaco à lareira. Enquanto isso, com as pernas cruzadas no chão, a aproveitar o calor da lareira, os garotos, esperam pela próxima história do avô. O velho ajeita-se na poltrona e olha para cada um dos netos. Ele percebe o brilho no olhar dos três. E é esse brilho que anima mais e mais o velho avô. Os miúdos adoram ouvir as histórias dele.
O velho então pigarreia e começa:
“30 anos atrás já nas águas do canal da mancha eu e os meus companheiros percebíamos de que nada valia, a nós e a Portugal, continuar a avançar mais em direção à Norue-“
“Avô, não comeces as histórias a meio.”
“Mas todas as grandes epopeias começam in medias res, mas pronto, vocês são novos eu vou garantir que entendem toda a grandiosidade desta história dos destemidos navegadores.”
“O jovem pescador
É um grande sonhador
A tripulação destemida
Vai ao mar em investida
Trazer o que é precioso
E mostrar que Portugal não é ocioso.”
E tudo começa, de novo:
O jovem pescador é o nosso herói da história. E como qualquer herói ele anseia algo maior que ele, maior que o humano, ele sonha pela glória. Claro há sempre quem se oponha ao herói, há sempre quem tente deitar os sonhadores abaixo, há sempre quem se recuse a ver os Homens desafiarem Deus. Esse é Manuel. Manuel Magalhães.
Mais um dia antes de sair ao mar os progenitores discutem com o sonhador, mas ele recusa-se a deixar-se levar e mantem a cabeça sempre no ar. Não se baixa, pois um dia ele vai conquistar as rotas do bacalhau mais saboroso e as mesas dos “Tugas” deleitar.
O jovem pescador sai de casa desanimado e corre até às docas. Lá ele encontra a tripulação. Um grupo de marginais, alguns diriam, mas eram apenas homens incompreendidos, eternos sonhadores sem terra.
O primeiro imediato do jovem pescador aproxima-se e bate-lhe nas costas em cumprimento. O jovem pescador recupera o animo, inspira fundo, o ar salgado, o ar do mar o ar da aventura. Sonham todos um dia sair numa aventura e glória, sonham todos com a chama que o reino da aurora teve outrora. O jovem pescador fala com todo o ar dos seus pulmões.
“Está decidido, hoje partimos. Pode haver aqueles que não o querem, mas esses são os mesmos que não aceitam o que nos faz ser. Hoje começa a conquista por um lugar ao lado dos deuses. Hoje começa a conquista pelo precioso.”
A tripulação grita, um grito vindo da chama da alma. Um grito alimentado pelo sol. O sol que dá força à alma do Tuga. Da ponta da Europa até ao resto do mundo. A vida das docas, para ao ouvir a comoção, mas já sabem quem eles são. Ninguém se dá ao trabalho de lhes dar um empurrão no coração. Ninguém acredita a não ser os miúdos garotos, que os incentivam com gritos de longe, que acenam ao longe. Os marinheiros correm para dentro do barco e começam todos os preparos para arrancar o navio, Lusitano Congelado, daquele porto que tanto prendem as almas deles.
“Ó mar salgado, quanto do teu sal São lágrimas de Portugal”
As mães caiem na areia de joelhos e as mulheres, de filho nas saias, escondem o rosto. Os futuros heróis estão de partida, deixam uma vida para trás. A vida que derrama um pouco da alma com receio do pior Atlântico selvagem.
“Incem as velas marujos e levantem a ancora. O mar está à nossa frente para ser explorado. Estamos a caminho de nos tornar o que sempre almejamos. Ao heroísmo caminhamos. Só paramos quando formos os maiores pescadores de bacalhau do mundo.”
As velas desfraldam com as ordens de Vasco da Gama o almirante. E o navio começa a ganhar força para se movimentar. Os choros na praia aumentam e as crianças correm até ao mar. Os marinheiros atarefados com cordas e nós correm de um lado para o outro. Vasco pousa a mão no leme e esfrega-o de uma ponta a outra e depois agarra-o, inspira fundo, expira e esboça um sorriso. Ele olha para Luís o seu imediato e pergunta-lhe se ele confia nos sonhos dos Homens. Ao qual Luís responde.
“Tudo vale a pena quando a alma não é pequena, Vasco. Assim como todos nós confiamos os sonhos uns aos outros, tu tens de confiar que os deuses nos vão levar ao caminho certo.”
“E se os deuses não gostarem?”
“Abrimos à força, somos Tugas, filhos da primeira pátria a ver o sol, somos donos da nossa liberdade.”
Que as ninfas cantem as histórias:
As preces destes seres destemidos chegam ao Olimpo e lá do cimo os poderosos o futuro é discutido, o grande Júpiter admira a perseverança do povo da Lusitânia ainda antes dos seus filhos romanos, mas Baco tem medo do poder deles. Vénus e as ninfas apoiam o povo da praia e jura protegê-los. E Marte torça de Baco.
“Um deus com medo de um povo, devias ter vergonha. Para além disso foi o teu grande companheiro Luso que fundou a força deles. Há que apoiar a audácia de ir ao mar naquelas cascas de noz. Os filhos da Aurora enchem-me de orgulho.”
A decisão foi feita, aquela tripulação de Homens tinha chamado a atenção aos celestes que os apoiariam com ventos favoráveis e especialmente Vénus que envia as sua ninfas para regularmente incentivarem e servirem de musas aos bravos Homens do mar.
A 9 nós Europa acima:
O pinhal de Leiria está para os nossos barcos, como a mata do choupal está para Coimbra. A melhor madeira que um bom pescador podia pedir. A madeira que diariamente aguenta tudo o que o mar tem para dar aos pescadores dos mares do Norte. Assim como a mata protege o sustento agrícola dos avanços do Mondego. Partiram há 9 dias os pescadores. Há um dia com França de um lado e a Bretanha do outro, decidem aportar em Bolonha-sobre-o-Mar, no “cabo” da mancha. Manuel Magalhães e o seu imediato Álvaro de Campos falam com a tripulação antes de sair. Assegura-lhes que ali eles vão ser vistos como qualquer outro pescador, não vai haver discriminação. E que devem recolher informações sobre o mar do Norte, já que é para além das duas paredes de terra que eles vão encontrar o terreno para montar o império do Bacalhau.
Os marinheiros vão saindo do Lusitano Congelado e reúnem-se na porta de um pequeno “Bistrot”. Quando se encontram todos por lá Manuel vai entrando. O ambiente do carvalho abre-se aos olhos deles. E Álvaro de Campos chega.
“Carvalho Francês, pelo cheiro.”
A tripulação atrás questiona a capacidade de distinção no meio de tanto cheiro a cerveja e vinho. Já Manuel Magalhães dá uma gargalhada e cumprimenta o estalajadeiro. Apesar de sonhador e cabeça de vento, Manuel Magalhães ainda era ótimo a aprender e por isso falava fluentemente algumas quantas línguas, o que lhe permitia falar com o estalajadeiro com bastante facilidade.
Comida vai e comida vem, bebida vai e bebida vem. Aqui os jovens pescadores não eram vistos de lado pelos seus sonhos. Aqui são pescadores como os outros. E no balcão, Manuel Magalhães e Álvaro de Campos, estão a conversar com Bacal, o animado estalajadeiro. Eles os 3 falam sobre as diferenças entre os mares do Sul e do Norte da Europa. E das várias técnicas de navegação dialogadas e discutidas naquelas zonas entre Iberos, Venezianos e Escandinavos. E o mais importante… negócios.
“Eu vou ser sincero com vocês que ainda são novos e não há razão para ser teimosos. Não quero de nenhum modo troçar nos vossos sonhos, digo isto como informante e também como amigo. O mar escandinavo está saturado de grandes e pequenos pescadores. Deveriam procurar outras águas onde buscar o vosso sustento da alma.”
Rei Bacal de Melinde é amigo de auxilio:
“Os mares a Norte não são os melhores, há perigos únicos e o pior deles os monstros de Baco.”
Vasco da Gama fica surpreso por ouvir tal nome. Um deus romano nos mares do gelo? Então, Bacal, enquanto servia mais uma bebida aos ferozes e destemidos Tugas, passou a explicar o papel de Baco, o dominador de tais águas. Ele é um sanguinário caçador de focas, morsas e baleias. Caça mais que o necessário para a alimentação. E deveria ser parado, mas ele tem demasiados homens. E junto dele tem outros doidos, como “O Adamastor” protetor dos icebergs e ainda come o máximo de bacalhaus que vê, apenas pelo simples prazer de comer. E “Os Guardas do Gelo” são um grupo maldito de piratas salteadores que aproveitam os icebergs que andam à deriva para atacar os desatentos.
No fim da noite quando os ânimos acalmaram e a sala de banquetes vazia estava, Bacal, chamou Luís Vaz de Camões e entregou-lhe um mapa, cartas náuticas e algumas notas dos melhores pescadores do reino. Pediu-lhe para ele e o seu almirante as usarem da melhor forma.
“Baco, está a destruir a fauna marinha dos nossos mares, com as festas, sem olharem às consequências. Merece perceber que é rei só do que é dele e nada mais.”
“O gigante Adamastor”
Os avisos do estalajadeiro Bacal foram uma mais-valia, o material dele foi um grande impulso para o novo objetivo dos Tugas. Depois de algum tempo para digerir a situação. Já não iriam para a Noruega, mas sim para outras rotas de bacalhau. A premissa é parecida, mas desistir de um sonho de criança é como estraçalhar a alma dos artistas inspirados pelas ninfas do Mondego. No entanto, a mudança era clara e justificada. De que vale aos Portugueses lutar num mar cansado. De que vale uma arma para matar deuses se o inimigo é um verme da madeira.
“Homens, o destino pode ter mudado, mas o sonho continua o mesmo. Foi preciso sair ao mundo para expandir os horizontes. Percebo agora o quão pequenos estávamos a ser. Hoje estamos preparados para entrar no mar onde quem reina são os monstros marinhos e cinzas de viking. Quem está comigo?”
Manuel Magalhães e os seus companheiros, do mar, recuperaram o ser do poeta, brindaram à aventura que é viver por querer e meteram-se a andar dali para fora. Rumo à Gronelândia, mas antes disso o gigante, no meio do nevoeiro, acha conseguir esconder-se por trás do rochedo.
“Naveguem em frente e tornem-se um rochedo como este. São os atrevidos navegadores de casca de noz e sol ao pano, de que meu mestre me falou. Corajosos ou arrogantes eu não quero saber, apenas fiquem cientes que os vossos sonhos pertencem a um outro individuo. Ouvi dizer que juraram sentar-se ao lado dos celestes a qualquer preço. Pois então tentem depois de sepultados em Neptuno.”
Manuel Magalhães sente os cabelos da roupa com que nasceu armarem-se. A figura gigantesca, um escamoso peixe gigante munido de braços e pernas, sai da sombra do rochedo escocês. Os Homens grandes, do Lusitano Congelado, são pequenos. Pequenos como David e Golias, pequenos como Hércules e a Hidra, pequenos como Ulisses e o Polifemo, pequenos como Perseu e a Medusa, pequenos como Beowulf e Grendel, pequenos como Thor e a Serpente de Midgard, pequenos como Perseu e Kraken, pequenos como Simbad e o Roc, pequenos como Jack e o Gigante. Não preciso continuar, pois os descendentes dos primeiros raios de sol da Europa, de pequeno não têm nada.
Musas dos “morrer de amores”:
Não há som capaz de abafar o canto das Ninfas que inundam os ouvidos de um lusitano em frente à morte. Se um viking se deixa ir para as valquírias abraçar. Um português arranca o Olimpo das nuvens para poder continuar as Musas amar. O corpo deles solta vapor capaz de derreter o metal. E o gigante que avança sobre a embarcação não percebe a troca do papel na arrogância. Que tenha a sorte, ele, de ser julgado como um louco nas barcas do alto. Pois, os Tugas, estão a mostrar a Marte o que Vénus não viu nele. As almas dos heróis em ponto de ebulição obliteravam o que um dia foi conhecido como um desastre natural do bacalhau. Vasco da Gama dilacerava de cima a baixo a barriga do pequeno monstro.
“HOJE… COMEREMOS… BACALHAU!”
Escondidos nas cinzas de viking:
Os portugueses continuaram a enfrentar adversidades à medida que o mar arrefecia. Os restos mortais de Adamastor espalharam enfermidades pelas águas do planeta. E os ventos arranjados por Júpiter, voltaram a virar-se contra os cães. Graças são rezadas por Álvaro de Campos a Tétis e os seus antepassados. As bruxas do mar foram quem puxou Lusitano Congelado até às Ilhas de Faroé. Lá os heróis respiraram os nós das costas para fora do corpo e refrescaram o cansaço dos pés. De tanto lutar contra o que é mar, os marinheiros necessitavam de cobrir e amor dar.
“Foram eles apanhados
de sonhos bem hasteados,
homens salteadores
cortam tantos amores
Seriam estas bruxas do mar,
Uma armadilha que estavam a armar
Farsa de Tétis, era a descendência
e com piratas não podia ser coincidência.
O melhor amigo enganado,
vê o seu rosto ensanguentado.
Um olho brutalmente ferido,
que fora para sempre perdido.”
Manuel Magalhães começa a bradar
e os seus companheiros acordar.
“São sereias, monstros do mar,
não se deixem apaixonar.”
Os arpões voam de um lado para o outro, mas só cai sangue de um lado. Os deuses fecharam os olhos por um segundo e os portugueses que se perdem ali entregam as almas como força para os que ainda lutam. A força do luar para os portugueses tenta a vontade de lutar.
“Não deixemos que mais caiam. Arranquem as constelações do céu se for preciso, mas continuem a lutar. A lutar pela vida. A lutar pelo bacalhau. A lutar por Portugal.”
O amanhecer chega então e a silhueta dos vencedores mantem-se em pé. Punho esticado e arpões ao alto. Refletem a luz do sol como ninguém. E berram. Berram vitória. Berram o que têm para berrar. A chama da aurora cura as feridas e levanta os caídos. O poder que dá medo até aos deuses. Heróis movidos pela chama do amor do celeste rei.
Neptuno desalinhado:
Baco no seu trono traça rotas por cima das rotas das baleias. Vem aí um grande grupo das mesmas e ele quer acabar com todas. Pode assim fazer o maior banquete que se já vira e encher mais e mais os que por gula e prazer comem. Cinto e sessenta e quatro anos sem Neptuno à vista dá-lhe a facilidade para isso.
Inesperadamente no mirante os homens dele dizem ver uma figura peculiar. E por isso, Baco, sai ao convés para averiguar. A figura ao vê-lo salta para o campo de visão do desavisado.
“O que fazes à nossa mãe Gaia não vai sair impune. As folhas que um dia pertenceram a São Jorge vão te encontrar como encontraram os teus lacaios. E os teus berros vão ser para sempre consumidos pelo eterno.”
Baco recua com os berros de agoiros que a figura, de olhos brancos, grita à sua frente. Assim à sua frente ele percebe que é Tétis que volta a ganhar cor nos olhos. E sem dar tempo para qualquer reação ela desaparece num piscar de olhos deixando as ultimas palavras a ecoar pelo horizonte.
“Foste avisado.”
Baco não acredita que o seu reino possa cair apenas porque uns míseros mortais, decidem que os mares dele, não são mais. Ele recusa a aceitar que os Tugas possam sequer ter intenções contrárias ao que seria adoração. Ele quer continuar a reinar da forma que desejar e aproveitar a ausência de Neptuno nos mares.
Os Deicidas:
O Celestial sem brilho cospe no mar salgado em frente aos pescadores, que de medo não são conhecedores. Manuel Magalhães de peito feito, estende o arpão aos céus de Júpiter. O brilho do sol inunda de raios as lâminas da arma, que se refletem diretamente nos olhos do autointitulado deus.
“Sois podre de espirito, Ó Baco. Destróis as vidas do sustento do mundo, mereces morrer às mãos do mesmo. E, pois, bem, o dia acaba de chegar, a borga tem é sempre obrigada a acabar.”
“Portugueses! Hoje somos os heróis deste do Atlântico mar. Vingamos a vida que chora no mundo de Plutão. Hoje, somos Os Deicidas.”
Os Tugas saltam ao mar em direção ao caído que investe também sobre eles de lança na mão. As Musas do horizonte começam a cantar, os feitos dos portugueses no mar ressoar. Neptuno terá de ouvir e acordar do sono cento e sessenta e quatro dias para ajudar. Um criminoso aos mares como Baco não se pode assim deixar estar.
Os tentáculos do Kraken rompem pela superfície do mar, agarram a lança de Baco e faz de plataforma para os guerreiros da luz apoiar. Não há como Baco ganhar esta luta. Os Filhos de Gaia pararam de ignorar que o planeta Baco quer matar. Os Arpões dos Lusos são guiados até Baco. Os membros do cefalópode restringem os movimentos do boa vida. E alimentados pela paixão das Musas a cantar. Os portugueses dilaceram Baco que não tem nem tempo para gritar. Manuel Magalhães e Álvaro de Campos penetram as suas espadas flamejantes no peito do deus. Que sem alma, nem raiva consegue expressar no olhar.
Descansados estão os campeões:
Reconhecida ao olhar, Vénus decide povoar de Musas uma ilha para alegrar os Tugas. De mais Heróis precisa o mundo para que garantir que o fraco nunca se tenha de fazer de mudo. De pés em terra o conto de fada estende-se pela vista. A beleza da terra do Amor e não ficam há quem da espectativa de quem ali pisa.
“Foi aqui que eu conheci a vossa avó garotos.”
Uma nova figura aparece na sala da lareira. A mãe dos garotos e filha do velho reclama com O Grande Pescador, por contar tal história aos garotos. Ele assenta com a cabeça e expulsa a irmã de Cupido da sala.
“Bem, voltando à história.”
Os artista desatam na corrida e procuram o formato adequado, há que escolher tela, madeira ou papel. Uma bela obra de arte não se faz por prazer, tem de se botar a alma para fora e amar com tudo o que ela tem. Luís Vaz de Camões um perdido de amores, procura sempre o melhor onde escrever. De ser conquistado com olhares e palreares o que é há de ser tem de ser mútuo. Um gesto amado com o toque da pele fina. As mãos não se deixam presas ao cinto, pois o cinto é para tirar. Conhecer os corpos celestes de nada serve se o espirito não se tocar. Gratuito são os fonemas carinhosos e mais uma viagem até ao fundo. Fogoso o amor destes Homens, o habitat natural dos braços das futuras mães. A mistura entre a gema de aglutinante e os pigmentos das pedras celestes e mais uma viagem ao vale do Viver porquê. Amais tal fusão, os portugueses não ficaram nada mal. É o amor que nunca deixou fundar um império. Muito mais digno viver da forma que menos puxa pelo ser. As ondas do cosmos têm uma direção em comum, um fim perfeito. Sensações, formas e as filhas emoções. Futuras filhas de Vénus. E mais uma viagem até ao fundo pois o amor é algo estranho, mas faz falta enfim.
Bacalhau bom é bacalhau à mesa:
O Lusitano Congelado vem pelos raios da alvorada empurrado. Os pescadores costeiros notam o chegar do Herói bacalhoeiro. A foz abraça, os que em dias chamados malditos por sonhar, trazem o ouro para a mesa. De abraço as mães recebem Manuel e Álvaro. Choram as mesma água do mar que da saudade precisaram para perceberem o que os filhos era amar.
Recebidos como heróis, novas rotas abriram. Alimentados a Amor, melancolia e bacalhau. Que português diria que precisa de mais, talvez todos. O escuro desconhecido é o conforto, do povo a quem todos os lugares são um bom porto.
Arrogância é a de se chamar de deus:
O restos dos restos, magoado e ensanguentado. Irmão de Júpiter abriu os olhos àquele que faz a borga. Deus da merda psicadélica, prazer sem o amor que faz dele prazer. Ele perdeu a companhia e o futuro. Não há futuro à falta de respeito com Gaia. Não há futuro para Baco. Pois os choros do manto preto, ecoam. Ecoam nos mares à deriva em que o mundo te deixou esquecido. Olha lá está ela, de pé em mar, como o salvador. Vem te avisar que o oblívio está a chegar. Ela até parece simpática, mas um deus não aceita a morte. Ninguém com tamanha arrogância para se chamar de deus aceita a morte.
As fissuras feitas pelas almas portuguesas no corpo do vida boa ardem. E ele berra. E ela chora. E ele berra. E ela chora.
“A Carpideira, chora.”